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Ataque ao MST: desinformação ou preconceito?

Em minha rotina de navegação pela internet, me deparei com um vídeo que me chamou a atenção: MST: mocinhos ou vilões do Brasil?, no blog ADTV de Alan Junior de Queirós.


É intrigante como o ser humano tende a ser extremista! Afinal, ninguém pode ser sempre mocinho ou vilão. Aprendi na minha pequena caminhada como blogueiro, a evitar as generalizações e quando as uso, procuro sempre falar das exceções.

Claro que existe erros no MST, tanto quanto em outros orgãos e entidades. Mas daí a insinuar que o mesmo possa ser vilão do Brasil, é sensacionalismo demais para um vídeo de menos de 12 minutos! 

Sou filho de assentados e vivi na pele o sofrimento dessa gente discriminada e marginalizada pela sociedade. Visitar um assentamento uma vez na vida, acreditar que conhece a realidade é deveras precipitado.

Conhecer a realidade é morar em um assentamento. Acampar, não porque acha divertido ou para sair na TV, mas porque não possui outra alternativa.
Tomar banho gelado de balde, dormir no escuro, viajar quilômetros para chegar à escola, beber água sem tratamento, cozinhar a lenha, ficar a espera da boa vontade do governo e demais órgãos liberar verbas para construir casas.

Eu vivi isso. E não sou bandido, não sou baderneiro! Tenho identidade própria!

Não fico esperando pelas migalhas que o governo tem OBRIGAÇÃO de enviar! Está na constituição e nos direitos humanos!

Fiz todo meu ensino fundamental e médio na rede pública. Sou bolsista do PROUNI por mérito. Não sou sanguessuga.

Finalizo parabenizando o dirigente do pre-assentamento de Jacarezinho, Junior Batista, por ser coerente com a realidade nas suas falas, apesar da edição querer nos guiar o nosso entendimento.

E afirmo que devido o desconhecimento é a fonte dos rótulos generalizantes que muitas classes sofrem, sendo vítimas do preconceito fundamentado na informação manipulada.

Mulheres do Assentamento Batalha, em Bom Jesus da Lapa - Ba
no qual moro.
As mulheres acima, participam de uma reunião para requisitar o crédito Apoio Mulher. Saiba mais. Diário da Bahia

Comentários

  1. E´muito preconceito mesmo...tambem sou bolsista 100 % do prouni e não me acho sansguessuga !

    antes frequentava as reunioes de outros grupos ligados ao mst aui na lapa de Sampa !

    abraço !

    ResponderExcluir
  2. Valeu Victor Serran! Que bom vê-lo por aqui. Infelizmente, muitas pessoas tiram conclusões baseadas em comentários de personalidades que não possui conhecimento da realidade. Em cima disso, manipulam informações tentando manobrar o raciocínio dos outros. Criticidade antes que tardia!

    Grande Abraços!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Cara, só hoje me deparei com o seu depoimento. Como é bom saber que cada vez mais gente que passou pelas dificuldades de um acampamento consegue mostrar que só precisa de oportunidades iguais, nada além. Hoje sou bolsista Capes/Cnpq e tenho orgulho das dificuldades que passei em 2 anos de acampamento e 15 de assentamento. Valeu por compartilhar sua experiência! Sucesso camarada!

      Excluir
  3. Oi Ébi! Obrigado por compartilhar sua opinião conosco. Sucesso a você também, abs!

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